Superprotetores e superprotegidos: a importância da frustração no desenvolvimento psicoemocional dos filhos
Atualmente é muito comum encontrarmos jovens e adultos ansiosos, estressados e incapazes de lidar com a frustração. Tais condições são construídas desde a infância através de um comportamento superprotetor dos pais. Existe uma linhamuito tênue entre a saudável obrigação de proteger os filhos e anecessidade obsessiva de ter cada aspecto da vida da criança sob controle , e muitos pais sentem dificuldade em estabelecer esses limites.
A intenção dos pais é sempre ajudar, facilitar, oferecer uma vida sem traumas ou erros, porém, acabam produzindo um relacionamento de dependência e dificuldade de desenvolvimento emocional. Além dessa condição de excessiva preocupação, cuidado e atenção, existe também uma “preguiça” para a criação. Tem se tornado cada vez mais difícil dizer um não e ter paciência com o crescimento dos filhos, sendo mais simples, muitas vezes, interferir para resolver um problema do que permitir que a criança ou adolescente o analise e crie a sua forma de solucioná-lo.
Essa posição de superprotegido faz com que os filhos desenvolvam:
- Inabilidade para lidar com a frustração, uma vez que o normal é terem suas vontades atendidas;
- Insegurança e dificuldade para tomar decisões, já que os pais sempre abreviam seus objetivos;
- Sentimento de inferioridade e falta de confiança, porque a ajuda dos pais é entendida como uma prova de que a criança ou adolescente não tem capacidade para alcançar o que deseja;
- Falta de autorrespinsabilidade, pois, como as decisões da sua vida são tomadas pelos pais, o filho não se implica nas consequências e culpabiliza os pais pelas suas experiências desagradáveis;
- Impotência em razão de não se sentirem no controle da sua própria vida;
- Alto nível de autocritica, visto que pais superprotetores esperam filhos perfeitos como consequência de seus esforços;
- Ansiedade e estresse em decorrência do excesso de cobrança e exigências.
Vale ressaltar que o cuidado e a proteção são imprescindíveis para um desenvolvimento psicoemocional saudável. Porém, quando colocados de forma excessiva geram sequelas que reverberam até a vida adulta. Sendo assim, é de extrema importância que os pais permitam que os filhos passem pelas experiências, experimentem a frustração, o poder de decisão e as consequências das duas escolhas, para então aprenderem a ser os verdadeiros condutores e protagonistas de suas vidas.
Essa atitude incentiva o desenvolvimento da autorresponsabilidade e de uma postura mais consciente diante da vida, além de possibilitar a construção de um relacionamento pautado na confiança, na liberdade e no respeito mútuo.